Sem ônibus nas ruas, devido a paralisação no transporte público da Grande Ilha iniciada nas primeiras horas desta segunda-feira (17), cerca de 700 mil usuários do sistema enfrentaram vários problemas para conseguir chegar aos seus compromissos ao longo do dia.
Além de muita espera nas paradas de ônibus, engarrafamentos devido ao grande fluxo de carros nas ruas e a chuva que caiu pela manhã, muitas pessoas precisaram recorrer ao transporte alternativo. A greve também refletiu na economia da cidade.
"A situação é terrível porque a gente fica a mercê e eles não resolvem essa situação", disse Marinalda Pereira, empregada doméstica.
Na contramão da greve, donos de vans e carros do transporte alternativo aproveitaram para lucrar com saídas de lugares estratégicos em São Luís. Muita gente se espremeu em vans e carros lotação para conseguir chegar aos seus destinos.
Segundo os passageiros, devido a greve, muitos moto taxistas e motoristas do transporte alternativo aproveitam a situação para elevar o preço das passagens e corridas. Com isso, o jeito é negociar o valor mas, em alguns casos, em meio a tanta procura, fica difícil conseguir chegar até o destino.
"Tá sendo bem complicado nem os Ubers querem aceitar, então a gente tá aqui tentando. Eu vim de casa com um carrinho porque de Uber estava dando R$ 30", diz Ronald Lucas, agente de viagem.
Com ônibus nas garagens, mais carros saíram as ruas. Por conta do fluxo, a região Itaqui-Bacanga, uma das mais movimentadas em São Luís, ficou engarrafada e registrou pontos de lentidão.
"Pegou muita gente de surpresa e agora a gente está aqui a mercê, sem nenhum ônibus para chegar no trabalho", afirma Kênia Oliveira, vendedora.
O aposentado Reginaldo Conceição precisou andar alguns quilômetros para conseguir chegar em uma região, pegar um carro lotação e conseguir ir para uma consulta médica.
"É dever do cidadão ser atendido. Eu estou aqui para ir ao médico e o médico não vai saber se eu não consegui ir por causa de transporte. Ele vai para o serviço dele porque ele tem carro e eu não tenho e eu tenho como conseguir chegar até lá", explicou o aposentado.
A greve também refletiu no fluxo da economia da cidade. Lojas do comércio popular demoraram a abrir devido a falta de funcionários e de clientes nas ruas.
O Terminal de Integração da Cohab, um dos mais movimentados, amanheceu completamente vazio nesta segunda-feira. A cena também se repetiu no Terminal da Cohama e no do São Cristóvão.
"Eles estão lutando pelo direito deles e acaba sendo desse jeito. É prejuízo para gente porque a gente chega atrasado e muitos acabam nem indo por causa disso", diz Gilson Roberto, pintor.